3 de março de 2010

Entrevista para a revista Beatweek Magazine

Quando você pensa que sabe o que esperar de uma banda após uma década de sua existência, Lifehouse vai e faz Smoke & Mirrors. Há muito do pop das rádios nas faixas do novo CD da banda, como o atual hit Halfway Gone, mas também há faixas num estilo mais rock, como a ótima Nerve Damage, que nunca se comparará a nada que toca nas rádios – que é exatamente o que a banda quer. Enquanto Lifehouse se preparava para tocar no Tonight Show pela segunda vez em dois meses, o líder e vocalista Jason Wade me concedeu uma entrevista, falando tudo o que precisamos saber sobre Smoke & Mirrors, que foi lançado hoje...

Algumas faixas deste álbum, como Nerve Damage, são diferentes do estilo Lifehouse, não acha?
Essa foi exatamente a nossa intenção. Nós nos orgulhamos de nós mesmos por não só recriar o último álbum porque foi um sucesso. Passamos muito tempo trabalhando neste álbum, um ano e meio. Queríamos ter certeza que estávamos progredindo, e não apenas ficando estagnados.

Algumas faixas, como Halfway Gone, soam como o estilo típico do Lifehouse, mas há outras diferentes, é quase como se fossem dois álbuns em um. 
Há dois lados do álbum. Há as músicas gravadas mais profissionalmente, aquelas que são mais condutíveis às rádios, e há os rocks mais vivos, como Smoke & Mirrors e Nerve Damage, além daquelas que vão fazer as apresentações ao vivo mais empolgantes.

Da última vez que nos falamos, vocês eram um trio, ao menos oficialmente. Agora, Ben é um membro oficial da banda, não apenas um membro das turnês. Como isso ocorreu?
Tudo aconteceu naturalmente. Ele já está conosco há cinco anos, ele é ótimo, nós o amamos muito. Ele se encaixa no molde, e isso nos caiu como uma luva. Neste álbum resolvemos trazê-lo à tona e ao estúdio um pouco mais. Foi uma progressão natural.

Como isso afeta vocês, o fato de ter mais um guitarrista no estúdio?
Para ser sincero, ele tocou em apenas algumas faixas deste álbum. Sua posição é a seguinte: ele é da banda, ele faz parte da nossa família, mas não queremos misturar muito com a química da banda. Jude Cole e eu lideramos a guitarra na maioria dos álbuns do Lifehouse, então não queremos mudar muito o estilo. Ele tocou em duas ou três músicas.

Jude tem sido praticamente um líder da banda, pessoalmente e musicalmente falando, desde o início, porém esta é a segunda vez que ele aparece como produtor.
Ele é como um catalisador para nós, sempre nos motivando a experimentar coisas novas. Ele realmente nos motiva, quase como um treinador de um time de basquete ou algo do gênero. Há uma química e uma confiança entre nós, o que acho que é evidente a todos. Se algo romper entre nós, é como se não pudéssemos consertar.

Toda vez que vocês tiverem uma música no álbum escrita por você e Richard Marx ou Chris Daughtry, suponho que saibam que pedirão para comentarem a respeito, certo?
[risos] Essa foi uma ideia do Chris, na verdade. Chris e eu nos tornamos muito amigos. Tocamos em alguns shows juntos, e quando ele estava em Los Angeles nós concordamos com isso e nos tornamos muito amigos. Escrevi uma faixa para seu álbum, e ele teve a ideia de trazer Richard Marx como um terceiro elemento e escrever uma faixa para o meu álbum. Eu o encontrei em Hollywood e Richard Marx veio de Chicago, e nos divertimos muito. Compusemos por dois dias, e Had Enough foi a música que nos veio no segundo dia. Alguns cenários de composição podem ser realmente desagradáveis, mas esse definitivamente não foi. Foi muito divertido.

O carro-chefe de vocês, Halfway Gone, foi escrita com Kevin Rudolf.
Essa foi uma ideia do Jude. Foi uma das últimas faixas escritas para o álbum. Sentíamos que tínhamos músicas num estilo mais pop, outras com um estilo mais rock, mas precisávamos de uma que fundisse as duas coisas. Achamos que ele fez isso muito bem em sua faixa, Let It Rock, e descobrimos que ele também é um grande fã nosso. Então ele veio ao nosso estúdio, em uma situação um tanto diferente, pois ele tinha acabado de vir de um ambiente mais hip hop. Ele trouxe sua batida e seu teclado, eu fiquei por conta do violão e Jude com a guitarra. Foi realmente interessante ver como outros artistas trabalham e compõem, assim como foi ótimo entrar na mente de um músico tão bom como Kevin Rudolf.

Citarei alguns trechos de músicas do álbum, e quero que você comente. “I spend a week away from you last night”.
Pra mim, pessoalmente, é como se você tivesse tido uma briga com sua esposa, namorada ou algo do gênero, e você não a viu na noite anterior. Talvez vocês tivessem se separado por um tempo, e este tempo parecia maior.

”It is what it is”.
Acho que isso já está embutido na cultura pop, e eu não o não havia visto em uma música como título, então achei que seria uma frase interessante e que chamaria a atenção.

Da última vez que vi vocês em uma apresentação, percebi que Bryce liderava a música Bridges.
Bryce tem uma voz incrível, e, pra ser sincero, me dá uns três minutos de descanso enquanto ele canta essas músicas que são mais difíceis. Isso faz com que pareçamos mais com uma família. Escrevemos uma música chamada Wrecking Ball, na qual Bryce lidera os vocais, e que é diferente pra nós. Nós nunca tínhamos feito isso antes. Bryce tem um tom de voz único.

Vocês tocaram no Tonight Show diversas vezes, na liderança de Conan. Porém, algumas semanas atrás vocês foram em um dos últimos programas dele em Tonight Show. Isso foi estranho pra vocês?
Foi sim. Mas, para ser sincero, foi um dos melhores programas que eu já vi. Parecia que todos os convidados estavam ensandecidos. Ele era estava tão engraçado, acho que era a tensão a respeito de tudo que estava acontecendo. Foi um dia ótimo para nós naquele programa.

Rick está na banda desde o início, e obviamente vocês se dão muito bem. Ao falar com Rick, me pareceu que vocês dois têm o mesmo tipo de comportamento. Porém, ao olhar para um foto com vocês dois, tem-se a impressão de que vocês não se gostam. Qual é a dinâmica entre vocês dois?
Isso é engraçado. E quer saber? Rick é um dos meus melhores amigos no mundo inteiro. Quando eu o conheci, bem antes do nosso primeiro álbum ser lançado, foi um estalo. Acho que nossas personalidades são muito parecidas. Se você nos observa em fotos, é verdade que parece que não nos damos bem, mas é totalmente o contrário. Ele é uma das poucas pessoas com as quais eu passo tanto tempo, mas quando eu tenho um tempo livre, logo o chamo para beber uma cerveja ou comer algo na estrada. E isso é raro quando se está em uma banda há dez anos.

Eu sei que Smoke & Mirrors é o título de uma das faixas do álbum, mas por que ela acabou se tornando o título do álbum?
Acho que foi uma associação do fato de, como você mencionou anteriormente, desse álbum ter duas faces. Há o lado mais polido, mais rádio do Lifehouse, e o lado mais vivo, que é de igual importância, assim como o lado mais rock, com músicas com duas guitarras, bateria e baixo. Mas isso não é no sentido malandro, ruim. Então achamos que esse título se encaixaria com o fato de esse CD ter dois lados.

Lifehouse tem por volta de 3 milhões de fãs no Facebook. Como isso ajuda vocês como uma banda?
Você pode usar a internet para se manter conectado com seus fãs. E nós éramos meio atrasados em relação a essas coisas. Parece que caras como John Mayer estão no topo de tudo, mais do que nós, mas começamos a perceber que você pode usar o Twitter, Facebook e Myspace para nos manter conectados com nossos fãs, e isso é extremamente importante. Bryce é meio que o catalisador nesses quesitos, ele é praticamente o único que nos mantém conectados, que mantém uma linha direta com nossos fãs.

Ter alguém mais jovem na banda, como o Bryce, ajuda nessas coisas?
Sim, realmente. Ele tem essa noção do que está acontecendo lá, e isso nos ajuda porque minha cabeça está em um local diferente na maior parte do tempo. Estou sempre pensando em músicas, filmes e tudo o mais, então é como se eu precisasse de alguém assim para me lembrar de manter-me conectado.

Vocês passaram a maior parte da juventude no Lifehouse, e agora estão entrando em uma nova década. Vocês pensam muito nisso?
Sim. Eu faço trinta anos em julho, e é como se tudo tivesse mudado. Nós estamos em uma espécie de período de transição. Minha esposa e eu estamos pensando em ter filhos. Parece que tudo é uma espécie de mudança, mas fico realmente assustado em pensar que ainda estou em uma banda, e que ainda faço o que eu amo.

Vocês irão entrar em turnê com o Daughtry. Penso que vocês mal podem esperar para isso acontecer, uma vez que vocês são amigos do Chris.
Sim, vai ser muito divertido. Serão três meses e meio, e como eu disse, escrevemos algumas músicas juntos, portanto toda a química entrará em vigor em breve. Estou certo de que terão algumas participações especiais de Chris.
Comentários
2 Comentários

2 comentários:

Priscila Tavares disse...

Valeu Mih \o/ Amei a matéria, é tão legal ver a interação dos caras e ver q tem realmente uma amizade entre eles, acho q isso é um diferencial que mantém a banda assim.
Tb achei super legal isso do Bryce ser mais antenado e tomar a frente nessa interação virtual com os fans.

Anônimo disse...

o que eu estava procurando, obrigado